O Diretório Acadêmico Getulio Vargas é o órgão de representação discente oficial da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV-EAESP) e da Escola de Economia de São Paulo (FGV-EESP). Foi fundado em 2 de maio de 1984, porém, a representação estudantil é mais antiga, datada de 1956, realizada através do Centro Acadêmico (CAAE), que na época representava os alunos de Administração de Empresas. A diretoria é eleita anualmente pelos alunos da graduação por meio de eleições que são realizadas sempre no fim do primeiro semestre. A formação de chapas para concorrer nas eleições é livre, havendo a realização de debates e campanhas para o esclarecimento das ideias para uma maior consciência do alunato em seu voto.
Constitui uma instituição sem fins lucrativos tendo como finalidade:
Representar os alunos de graduação da Escola, zelando pelos seus interesses
Promover e integrar os corpos discente, docente e administrativo da FGV-EAESP, através da realização de eventos e serviços de caráter cívico, social e cultural
O DAGV está localizado no 1° andar do prédio da Fundação e sua história se confunde com o curso de Administração e do Movimento Estudantil no país. O pioneirismo da faculdade é indissociável do papel ativo e propositivo que nos é característico, e nossa participação nas instâncias de decisão possui amplitude incomparável com outras instituições.
Além de propostas acadêmicas, o DAGV é famoso pela importância e renome de seus projetos e eventos de grande porte.
Como estamos estruturados
O DAGV é formado por uma Diretoria Executiva Mínima, fixada por estatuto, e por Diretorias Suplementares que são livremente criadas pelas chapas. A Diretoria Executiva Mínima, tal como consta no Estatuto, é formada pela Presidência, Vice Presidências Acadêmicas (Administração de Empresas, Administração Pública e Economia), Diretoria Financeira, Diretoria de Eventos, Diretoria Cultural e Secretaria Geral.
A função da Diretoria Executiva é coordenar a atuação do DAGV e definir as diretrizes gerais de trabalho, zelando pelos interesses dos alunos e realizando eventos e serviços que promovam e integrem as diversas partes da fundação.
A Gestão Laços (2024 - 2025) apresenta as seguintes diretorias suplementares:
Captação de Recursos: responsável pelas parcerias firmadas com terceiros em nome do Diretório.
Marketing: responsável pelo visual do DAGV, é encarregada de informar e divulgar todo e qualquer evento ou ação promovida pelo Diretório.
Social: área que busca criar o compromisso de cada aluno com desenvolvimento e responsabilidade social através da realização de projetos pontuais e contínuos em diversas realidades.
Gestão de Pessoas: área interna voltada ao desenvolvimento de habilidades dos membros e capacidade de integração, além de ajudar na comunicação da gestão e no engajamento contínuo, melhorando a organização do Diretório.
Institucional: responsável pelo relacionamento com o alunato e coletivos, acompanhando diferentes demandas e propondo alternativas conjuntas, visando a construção de um Diretório Acadêmico mais responsivo.
Produtos: área focada na criação de grifes e itens para o aluno da Fundação Getulio Vargas.
Integração: responsável por projetos que visam integrar e engajar estudantes da Fundação, com enfoque nos bixos. A área contempla projetos como: Gincana, Trote, GVday e auxilio na Recepção dos Bixos.
Entidades Estudantis: a Gestão Laços criou a área, que substitui a antiga LIDEN. Essa área é responsável por gerenciar todas as entidades estudantis reconhecidas pela Fundação Getulio Vargas. Seu objetivo é garantir o apoio necessário para o desenvolvimento e a coordenação das atividades das entidades, promovendo um ambiente colaborativo e eficiente para os alunos.
Como chegamos até aqui
Fundado em 1956, dois anos após a fundação da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, o Centro Acadêmico da EAESP foi criado com o intuito de representar o alunato do curso de Administração de Empresas. No ano seguinte o CAAE promove um concurso para escolher seu brasão institucional. O brasão escolhido, desenhado por Juan de Bourbon, é utilizado até hoje tanto pelo DAGV como pela EAESP.
"Os alunos do curso de graduação, dotados de singular criatividade, formaram um Diretório Acadêmico extremamente ativo, que teve muitas de suas reivindicações pedagógicas atendidas, tais como avaliação dos professores pelos alunos e oferta regular de disciplinas optativas, algo incomum na década de 1960. Comum nos EUA, mas novidade no Brasil, foi a criação de uma Associação de Ex-Alunos, com representação no Conselho de Administração e participante do dia a dia da Escola. A criação, em 1988, da primeira Empresa Júnior da América Latina foi também um marco da criatividade do alunado da EAESP".
Em 1969, inicia-se o Curso de Graduação em Administração Pública na EAESP, assim, deste momento em diante o CA começa a representar ambos os cursos. Em 2 de maio de 1984, o CA é refundado como Diretório Acadêmico Getúlio Vargas. De acordo com o presidente da época, a mudança ocorreu pois o Centro Acadêmico, por regras da Fundação, não poderia ter assento no Conselho de Administração da escola. Três anos depois, é fundada a Associação Atlética Acadêmica Getulio Vargas, a partir da Diretoria de Esportes do DAGV, uma iniciativa dos alunos para estruturar a área esportiva com maior autonomia. Assim como a Associação Acadêmica Atlética, houve a criação da Gazeta Vargas, que se desvinculou institucionalmente do Diretório.
O CAAE, antes da mudança para Diretório, construiu uma trajetória política muito forte e influente. No ano de 1962, o Centro Acadêmico começa a se inserir na política estudantil ao participar do Congresso da UNE. Congresso, este, que dois anos depois foi declarado ilegal durante o regime ditatorial brasileiro e passa a atuar na clandestinidade. Anos depois, em 1977, inicia-se a reconstrução da UNE e da UEE (União Estadual dos Estudantes), com o apoio e suporte do então presidente do CAAE, Marcelo Barbieri. Durante dois anos, em 1979 e 1980, a UNE foi sediada dentro da EAESP, em uma sala dentro do Centro Acadêmico. Durante um período bastante conturbado, o CAAE foi alvo de pichações por parte do CCC (Comando de Caça ao Comunismo) e ameaçado de invasão pela polícia.
Continuando com sua trajetória política expressiva, o Centro Acadêmico é o primeiro CA a manifestar total apoio à organização das Diretas Já!, em 1983, recebendo um telegrama de Ulysses Guimarães agradecendo a tomada de posição. Quase cinco anos depois, os alunos da FGV se engajam no movimento Caras Pintadas, movimento estudantil que pedia o impeachment do então presidente do Brasil, Fernando Collor de Mello. Somente anos depois, o Diretório começa a se reinserir na política ao participar da FENEAD (Federação Nacional dos Estudantes de Administração) e FENEAP (Federação Nacional dos Estudantes dos Cursos do Campo de Públicas).
Mostrando sua representatividade política e cultural, durante o Circuito Universitário de Música Popular Brasileira em 1973, grandes nomes da MPB se apresentaram no Auditório da EAESP, tais como: Chico Buarque, Gonzaguinha, Elis Regina, Paulinho da Viola, Gilberto Gil e Alceu Valença. Por conta de uma das apresentações, Chico Buarque e o presidente do CAAE foram intimados a depor por desrespeito à censura.
Inicia-se em 1989 a tradição de festas universitárias na EAESP, ocorre a primeira edição da Gioconda Venuta, que começa como um churrasco de sala e viria a se tornar a mais icônica festa do meio universitário brasileiro até hoje. Anos depois, é fundada a Giovanna Prima, outra renomada festa do DAGV que foi por muito tempo referência em festas à fantasia no meio universitário.
No início dos anos 2000, houve a fundação da Escola de Direito de São Paulo (EDESP) e a fundação da Escola de Economia de São Paulo (EESP). A EDESP, que por conta da distância entre as duas Escolas, decide por criar seu próprio Centro Acadêmico. Os alunos da EESP decidem aderir ao DAGV como associados.
No segundo semestre de 2016, o Diretório Acadêmico Getulio Vargas se une ao Diretório Acadêmico Insper e um grupo de alunos da Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e realizam um debate econômico no TUCA (Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), contando com nomes como Eduardo Suplicy, Ladislau Dowbor, Luiz Gonzaga Beluzzo, Luiz Fernando Figueiredo e Vladimir Kuhl Teles. O debate foi transmitido ao vivo e foi o primeiro evento a retomar a articulação do movimento estudantil não partidarizado e fora do circuito das entidades da USP.
Ainda segundo semestre de 2016, com o intuito de ampliar a politização do alunato da EAESP e EESP, e a participação no movimento estudantil, o Diretório Acadêmico Getulio Vargas ajuda a reunir outros grupos estudantis para promover um debate entre as candidatas e candidatos à prefeitura de São Paulo, evento batizado de "Universidade vai às urnas", que contou com a participação das seguintes instituições e consolidou a retomada do movimento estudantil articulado na cidade de São Paulo:
-Centro Acadêmico XI de Agosto - Direito USP
-Centro Acadêmico Direito GV - FGV
-Centro Acadêmico João Mendes Jr. - Direito Mackenzie
-Centro Acadêmico Oswaldo Cruz - Medicina USP
-Centro Acadêmico Visconde de Cairu - FEA USP
-Centro Acadêmico Vladimir Herzog - Cásper Líbero
-Diretório Acadêmico Getulio Vargas - FGV
-Diretório Acadêmico Guerreiro Ramos e Centro Acadêmico 4 de Dezembro - ESPM
-Diretório Acadêmico Insper
-Grêmio Politécnico - POLI USP
Com a decisão da EAESP em ampliar a diversidade, tendo aumentado o número de alunos que ingressam por meio do ENEM com o plano de, gradualmente, substituir o vestibular tradicional integralmente, novos desafios surgem. Entre eles, a discussão de cotas, que gerou uma polêmica muito grande após uma nota do Diretório Acadêmico Getulio Vargas se posicionando de maneira favorável à política de ação afirmativa. Nesse período de transição, o conflito se torna inevitável, vindo à tona algumas pautas como o machismo, racismo e assédio sexual, culminando, em 2015 na proibição do hino da faculdade. Em 2017, com a ampliação e fortalecimento dos canais de ouvidoria do Diretório Acadêmico Getulio Vargas, a maior articulação dos grupos que compõem as minorias e uma maior conscientização do alunato, há uma maior exposição dos casos problemáticos com encaminhamento dos alunos envolvidos para a comissão de ética da EAESP e também outros casos envolvendo professores da escola, para os quais foi criado uma comissão de sindicância para apurar as denúncias.